quinta-feira, 2 de abril de 2009

"A última das coutadas dos hetero"

Críticas às "minorias activas que intoxicam sociedades", por parte de Nuno da Câmara Pereira, e uma "machadada na coutada dos heterossexuais", segundo António Serzedelo. Mantém-se o divórcio sobre casamento entre homossexuais.

O casamento entre homossexuais foi o tema escolhido pelos estudantes de Direito da Universidade do Minho para uma discussão que contou com a presença do deputado do PPM, Nuno da Câmara Pereira, e do presidente da Opus Gay, António Serzedelo. Com uma plateia de cerca de 100 alunos, a iniciativa foi uma autêntica sessão de prós e contras.

O primeiro a tomar a palavra, Nuno da Câmara Pereira, começou por defender valores, referindo que "uma menta aberta não é utilizar a sociedade em função de igualitarismos que desvirtuam a própria natureza".

Nuno da Câmara Pereira foi mais longe e considerou que esta discussão é fruto "de uma engenharia social que pretende legalizar coisas que não existem e que apelidam de novas formas de família". O deputado disse ainda que "a crise da civilização é a degradação da família", criticando "as minorias activas que intoxicam sociedades e regimes e arregimentam adeptos".

António Serzedelo pensou "que estava a ouvir o Papa Bento XVI e não o Nuno da Câmara Pereira", estranhando o discurso "contra uma minoria activa quando os homossexuais são conhecidos por serem passivos". Para um dos mais conhecidos activistas, "as ideias não são coisas cristalizadas: há 100 anos não havia divórcio e hoje há e a própria noção de casamento evolui".

Para Serzedelo, esta é uma "questão de cidadania de pessoas iguais mas não tanto", considerando que o casamento "é a última das coutadas dos heterossexuais e, sobretudo, do macho ibérico" e o que eles não aceitem "é que esta seja uma machadada no que resta da sua coutada".

"A última das coutadas dos hetero"

3 comentários:

NR disse...

"as minorias activas que intoxicam sociedades e regimes e arregimentam adeptos" - Tipo o Cristianismo no tempo do Império Romano?
O deputado disse ainda que "a crise da civilização é a degradação da família" - concordo..So não percebo a relação entre isso e o casamento entre duas mulheres ou dois homens que se amam..Fico mais preocupado com a degradação da familia, quando ouço noticias na tv em que falam que os pais não têm "onde deixar" os filhos...A dimensão de uma familia não se pode limitar à orientação sexual dos pais..

Daegaz disse...

Faz-me confusão os argumentos que determinadas pessoas utilizam para perpetuar o "não querer ver" do que está à vista de todos; É a prima, é a tia, o pai que é homossexual, o amigo, o vizinho, o antigo colega de escola, aquele senhor que aparece na televisão. Independentemente da nossa orientação sexual, fazemos todos parte da mesma sociedade onde procuramos estar inseridos e não queremos ser marginalizados.

Adoa Coelho disse...

Daegaz
O medo de poderem ser confundidos connosco é täo grande que tudo se justifica nestas cabecas...