Mostrar mensagens com a etiqueta Educação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Educação. Mostrar todas as mensagens

sábado, 23 de maio de 2009

Aluna proibida de apresentar trabalho sobre Harvey Milk

Parece que nem o facto de o filme ter ganho um oscar abriu a consciência de algumas pessoas.
Texto retirado de pinknews.co.uk

"A California school which illegally censored a sixth-grade student's presentation of gay rights activist Harvey Milk may face a lawsuit.

Natalie Jones, who attends Mt Woodson Elementary School, was barred from showing her presentation out in class.

Instead, she was told she would have to show it during lunch break and only students with parental permission were allowed to attend.

According to the American Civil Liberties Union (ACLU) which is handling the case on the student's behalf, the school violated her rights to free speech.

The school told Natalie's mother Bonnie Jones that she couldn’t give her presentation because of a district board policy on “Family Life/Sex Education".

Part of the policy reads: "(P)arents/guardians shall be notified in writing about any instruction in which human reproductive organs and their functions, processes, or sexually transmitted diseases are described, illustrated, or discussed. In addition, before any instruction on family life, human sexuality, AIDS or sexually transmitted diseases is given, the parent/guardian shall be provided with written notice explaining that the instruction will be given…”

“Schools that act as if any mention of the existence of gay people is something too controversial or ‘sensitive’ to discuss are doing a disservice to their students,” said Elizabeth Gill, a staff attorney with the ACLU’s national LGBT Project.

“This school completely overstepped its bounds in trying to silence Natalie Jones by shunting her presentation off to a lunch recess time and misusing a school policy to justify requiring parental permission to see it.”

Natalie's mother said: "This whole thing is unbelievable – first my daughter got called into the principal’s office as if she were in some kind of trouble, and then they treated her presentation like it was something icky.

“Harvey Milk was an elected official in this state and an important person in history. To say my daughter’s presentation is ‘sex education’ because Harvey Milk happened to be gay is completely wrong.”

The ACLU has sent a letter to the school demanding that Natalie should be sent a written apology, which in turn, parents should be told about.

It added that the student should be allowed an opportunity to give her presentation to all the other members of her independent research project class and that the school should clarify in writing that the parental notification and permission portion of the “Family Life/Sex Education” policy only applies to the curricula identified as “course content” for “Family Life/Sex Education instruction”.

It has said it will give the school district five days to respond, after which it may begin legal action on behalf of Natalie.


"

quarta-feira, 11 de março de 2009

Relatório sobre Homofobia e Transfobia nas Escolas em Portugal

O Observatório de Educação LGBT foi criado com o intuito de dar voz e reportar situações de discriminação respeitantes aos temas da orientação sexual e identidade de género bem como ocorrências de veiculação de informação incorrecta, preconceituosa e atentatória dos direitos humanos e da dignidade das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgéneras (LGBT), que tenham ocorrido em estabelecimentos escolares em Portugal.

O Relatório de 2008 apresenta os resultados de 92 formulários recebidos entre Outubro de 2006 e Outubro de 2008, de jovens a partir dos 15 anos a adultos na casa dos 30/40 anos, na sua maioria alunos, mas também professores e funcionários. A localização primordial é nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, que perfazem 50% das queixas recebidas. Estas queixas mostram que a agressão está presente a vários níveis: principalmente agressão verbal e psicológica mas também um número alarmante indica ser testemunha ou vítima de agressão física. A agressão, quando existe, é de forma marcadamente continuada, sendo a maioria relatada com uma ocorrência superior a 5 vezes. Algumas das consequências apontadas são isolamento, baixa auto-estima e agressividade contra terceiros chegando em alguns casos a ocorrer auto-mutilação e tentativa de suicídio. A adaptação e a integração das vítimas no ambiente escolar é difícil e há mesmo 6 jovens que indicam abandono do sistema educativo devido à discriminação sofrida. Mais de 90% dos participantes reportam a ideia de negação por parte do sistema de ensino português em incorporar conteúdos curriculares sobre a orientação sexual e a identidade de género. Apenas 7 participantes apresentaram qualquer tipo de denúncia das incidências ocorridas e dos que o fizeram apenas 2 referem ter obtido um resultado positivo.

“Presenciei um confronto entre uma funcionária auxiliar de educação e duas amigas minhas, ambas lésbicas. A referida auxiliar chamou-lhes nomes, embaraçou-as em público perante outros alunos e tomou comportamentos altamente discriminatórios, rompendo pela sala de aulas dessas duas alunas e provocando-as ou agredindo-as, com comentários desrespeituosos. Nunca houve uma resposta da escola no sentido de protecção dessas alunas, nem uma declaração da escola sobre esta e outras formas de discriminação, nem uma conversa com a auxiliar e o sequente pedido de desculpas da mesma a essas alunas. Lamentável e revoltante. (18M G Lisboa)”

“Tive colegas que apesar de eu nunca o ter dito, sabiam que eu era homossexual e gozavam com isso. Em certas ocasiões outros colegas, mais educados que os primeiros, saiam em minha defesa e tentavam silenciar os outros, mas sempre com uma atitude de comprometimento, como se não quisessem ser vistos a tomar a parte do homossexual. E no meio disto tudo tornou-se difícil discernir qual das atitudes me magoou mais. (19M G Braga)”

Através deste estudo, a rede ex aequo confirmou que a discriminação com base na orientação sexual e identidade de género está presente nas nossas escolas e que as agressões no espaço escolar contribuem seriamente para situações de baixa auto-estima, isolamento, depressões e ideação e tentativas de suicídio, assim como para o insucesso e abandono escolar de muitos jovens LGBT. Estes resultados, que vão ao encontro de estudos feitos por todo o mundo, não podem ser ignorados e demonstram as consequências da ausência de uma educação para o respeito e para a promoção da dignidade das pessoas LGBT nos currículos, nas salas de aula, no espaço escolar e em geral.

A rede ex aequo apela para que sejam tomadas medidas pelo Ministério da Educação e outros órgãos competentes de modo a garantir a segurança e o bem-estar da juventude LGBT no espaço escolar, e não só. Ao ignorar estes problemas estamos a pôr também em questão o próprio desenvolvimento do país e a promoção de uma cidadania plena para todos.

fonte: Rede Ex-aequo - Versão on line
aqui