terça-feira, 31 de março de 2009

Homossexuais e lésbicas ainda são discriminados na Europa


in JN


Homossexuais, lésbicas, bissexuais e transsexuais continuam a sofrer assédio, discriminação e intimidação em vários países da Europa, indica um relatório da União Europeia.
O assédio e discriminação ocorre "em todas as áreas da vida social", desde escolas a locais de trabalho e estabelecimentos de saúde, refere o relatório da Agência dos Direitos Fundamentais (FRA) da União Europeia.


Morten Kjaerum, director da FRA, afirmou na apresentação do relatório que a investigação concluiu que homossexuais e lésbicas continuam a enfrentar o assédio, e outras agressões físicas, devido à sua orientação sexual, apesar de a legislação europeia garantir a igualdade no bloco dos 27.
"Estes são sinais alarmantes para a UE, que preza os princípios de tratamento igual e de não-discriminação", disse o responsável à imprensa, no Parlamento Europeu.
O relatório refere que eventos de "orgulho gay" têm sido impedidos na Bulgária, Estónia, Letónia, Polónia e Roménia.


O texto denuncia ainda dirigentes políticos e religiosos em Itália, Hungria, Malta, Bulgária e na República Checa que rejeitaram exigências para uma melhoria dos direitos de homossexuais e lésbicas.


Kjaerum referiu que, de acordo com os escassos dados disponibilizados pelas autoridades nacionais, "muito poucos incidentes" de agressão, de discursos discriminatórios proferidos por figuras públicas ou de ataques verbais terminam numa queixa na polícia.
O relatório, que compila estudos e inquéritos efectuados na Europa, refere que a agressão homofobica é geralmente praticada por grupos de jovens do sexo masculino, existindo também em locais de trabalho, escolas ou estabelecimentos de saúde.


Kjaerum apelou aos países da UE para que melhorem a legislação relativa à igualdade, de forma a diminuir o número de crimes de ódio.

4 comentários:

NR disse...

http://www.euronews.net/2009/03/31/homophobia-and-violations-of-basic-rights/

A euronews fez uma peça sobre este mesmo assunto. Não consegui encontrar em português :(

Adoa Coelho disse...

NR

A questäo é que quando somos nós próprios a ser descriminados, quantos de nós fizemos alguma queixa oficial?

O António Serzedelo (Opus Gay) costumava dizer que era mau sair na comunicacäo social estas notícias... com medo que mais e mais notícias (por imitacäo dos prevaricadores) viessem a ser noticiadas.

Näo tenho a mesma opiniäo. O facto é que se todos nos calarmos, ninguém vai reparar que estamos a ser agredidos ... todos os dias!

NR disse...

Adoa

Eu compreendo a posição do António, e infelizmente acho que tem a sua ponta de verdade. Basta ver os comentários que foram feitos aquando do anúncio que o PS iria propor o casamento entre pessoas do mesmo sexo para a próxima legislatura.."com tantos problemas que o pais têm agora vem com esta etc.." e outros do mesmo estilo..Eu sinto que a homofobia esta tao internalizada em algumas pessoas que ou não ligam a essas noticias..ou consideram bem quem as faz..
A crise tambem,para mim, não veio ajudar, já que em tempos de crise as pessoas tendem a reduzir a sua abertura emocional (opiniao pessoal) basta ver o que aconteceu depois da crise de 1929 sob a forma da ideologias politicas que surgiram a seguir.
Acho que para muita boa gente uma noticia de futebol e mais importante do que se passa em termos de direitos humanos e com os direitos dos animais..
Espero que chegue o dia em que as coisas mudem...

Adoa Coelho disse...

NR
Eu em parte também concordo com tudo isso. Mas sabes? O Mundo näo pára!

Näo é por causa de haver uma crise que muitas pessoas deixam de ter filhos,comprar um carro, ir trabalhar. O facto de haver uma crise näo impede o Mundo de evoluir. É certo que temos todos menos disposicäo para certas coisas, mas se deixarmos de lutar agora por causa da crise, depois deixamos de lutar por causa de outra coisa qualquer e por aí fora vamos...

Eu entendo a posicäo do António ... mas às vezes acontecem coisastäo graves que têm mesmo de ser denunciadas.

Ao comparar com a violência doméstica, eu acredito que ao divulgar tantos casos, muitos homens pensam mais nessas solucöes... por que estäo mais presentes!

Tem de haver mais informacäo e educacäo...