"A maior marcha gay, "a mais jovem e a mais diversa",  terá juntado três mil pessoas21.06.2009"  
Andreia Sanches 
"Comecem a falar com a vossa família. Comecem a sair do armário!",  pediu a organização no final
Um casal gay empurra o carrinho de bebé rua  abaixo, até ao Largo Camões, em Lisboa. "Não queremos fotografias, nem queremos  dar o nome", explica um deles, um homem na casa dos 30, com uma voz tranquila,  quando o PÚBLICO lhe pergunta se quer ser entrevistado. Respostas idênticas  foram sendo dadas ontem, por alguns casais, que participaram na marcha do  Orgulho LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgénero), em Lisboa.  
 
Em dez anos de marchas deste tipo, esta "foi a maior de sempre", segundo as  associações que a organizaram - como a Ilga Portugal, a Associação Portuguesa  para o Planeamento da Família e a Médicos pela Escolha. "E foi também a mais  jovem, a mais diversa", nas palavras de Sérgio Vitorino, da associação Panteras  Rosa. Mas ainda são muitos os que como aquele casal que adoptou uma criança no  estrangeiro e a levou à marcha "pela igualdade" preferem o anonimato. Pelas mais  diversas razões: alguém da família que não sabe da sua orientação sexual, o  patrão que não vai gostar de ter um funcionário gay, ou, simplesmente, porque,  como diz o homem de voz tranquila, "ainda é cedo para se falar da questão dos  casais homossexuais que têm filhos". Será? Entre duas mil e três mil pessoas,  nas contas da organização, reclamaram ontem o acesso ao casamento civil. "Casar  ou não é nossa decisão." Mas também houve faixas, várias, a pedir o acesso dos  casais gay à adopção de crianças: "Amar é amar, direito a adoptar". O ambiente,  esse, foi de festa: adolescentes de mão dada, travestis com plumas, música, uma  bandeira gigante com as cores do arco-íris. "Viram o Milk? (o filme de Gus van  Sant que retrata a história do activista Harvey Milk). Façam o que ele disse.  Comecem a falar com a vossa família. Comecem a falar com os vossos patrões,  comecem a sair do armário! Este é um ano de luta", disse Sérgio Vitorino quando  a marcha chegou ao Rossio, lembrando que este é um ano de eleições. E que o  casamento gay é uma das promessas que o primeiro-ministro, José Sócratres, já  fez para a próxima legislatura. E houve palmas."
  
fonte 
Público
 
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